OTITE CANINA E FELINA

Se o seu cão ou gato costuma chacoalhar demais a cabeça ou coçar exageradamente a orelha, fique atento e procure um veterinário.

Você possui um cão ou um gato de estimação? Se você perceber que ele costuma chacoalhar demais a cabeça ou coçar exageradamente as orelhas, fique atento. Ele pode estar com otite, uma inflamação do conduto auditivo que pode gerar sofrimento aos pacientes. A doença pode ser classificada em externa, média e interna. A externa ocorre com mais frequência nas regiões Sul e Sudeste do país. A porcentagem de animais atendidos em hospitais e clínicas veterinárias apresentando problemas nos ouvidos varia de 5,57% a 15%.

Em 76% desses casos a doença se encontra na fase crônica. A maior incidência da doença costuma ocorrer nos meses de verão, em que umidade e temperaturas altas são fatores predisponentes.

Muitas vezes a otite é ignorada pelos proprietários dos animais, por acharem que coçar a orelha é normal. Porém, a doença gera incômodo e pode ter complicações, tornando-se grave se não for tratada. 

“Em alguns casos quando a doença é descoberta já não tem mais cura. É possível apenas fazer o controle através de medicamentos”, alerta Dra. Jane. Nem sempre os sinais da inflamação são evidentes. Mas, em alguns casos é possível detectar que há algo errado. Geralmente o processo inflamatório pode ser observado pela presença de feridas (lesões ou escoriações). 

O animal coça constantemente a orelha, há presença de secreção, odor desagradável, vermelhidão, descamação da pele, sensibilidade dolorosa, inchaço, inquietação e até alteração na postura da cabeça. As causas estão relacionadas a fatores externos como: parasitas, penetração de água; e internos, como anatomia do canal auditivo, excesso de pelos, produção de cerúmen, doenças sistêmicas. 

A otite é muito mais comum em cães do que em gatos, pois estes possuem anatomia mais adequada para ventilação e pouco pelo no canal. Cães com orelhas caídas, peludas, que tomam banho semanalmente são grandes candidatos a desenvolverem otites.

 

Entre as raças que mais propiciam o desenvolvimento da doença encontram-se: o cocker, o shih-tzu, o lhasa apso, o poodle, o golden retriever e outros.

Tratamento:

      O veterinário é o profissional indicado para dar o diagnóstico se o seu animal de estimação está com otite, em que grau se encontra a doença e qual a melhor forma de tratamento. O diagnóstico inclui exame clínico, otoscopia e exames complementares como raspado da pele, avaliação do tipo de células presentes, avaliação citológica, além de cultura dermatológica.

Existem produtos adequados disponíveis para o tratamento de otites e a medicação tópica será sempre preconizada nos casos de otite externa.

Recomenda-se o uso de medicamentos que associem antibiótico, antifúngico e anti-inflamatório para o correto tratamento da doença, já que ampliam consideravelmente as chances de cura.

Por fim, o diagnóstico e a aplicação adequada do medicamento pelos proprietários dos animais são fatores preponderantes e imprescindíveis para limitar os fatores de resistência.  

Quando a otite não é tratada acaba se agravando. Ela pode se tornar uma otite interna, romper a membrana timpânica e afetar o equilíbrio do animal, resultando em síndrome vestibular. Quando isto acontece, a cabeça do animal pende para o lado e ele passa a andar em círculos. Além disso, o bichinho pode ter perda parcial ou total da audição.

  

Por

Jane M. Voltolini Weis

Médica veterinária
CRMV-SC 1923
janeveterinaria@gmail.com
(47) 3327-2582